Robocop Gay da Banda Mamonas Assassinas (1995)
Lançado em junho de 1995, "Robocop Gay" foi um dos maiores hits da banda Mamonas Assassinas, tornando-se um grande sucesso na época. Segundo uma pesquisa realizada pelo Estadão em 2016 no site do ECAd, esta era a segunda canção do grupo mais tocada em casas de diversão, casas de festas, música ao vivo, rádio, show e sonorização ambiental.
Como surgiu a Canção Robocop Gay ?
A canção compara uma travesti alterado por cirurgia plástica a um ciborgue homossexual, no caso o RoboCop do filme homônimo.
Antes do Lançamento do disco, em Maio de 1995, os Mamonas já apareciam nos primeiros programas de TV. O mais importante deles foi o Jô Soares 11 e Meia, do SBT. Foi o primeiro show do Dinho em rede nacional.
Aquele palco nunca mais foi o mesmo. No "Robocop Gay" - que ele disse ter sido inspirado no Capitão Gay do Jô - pulou em cima do cameraman, deu-lhe uns agarrões, caiu em cima da plateia. Depois, simulou cenas homossexuais com o músico Bira. (video no final do artigo)
Robocop Gay teve algumas referencias, como os vocais que imitava Eduardo Dussek e também versos e especialmente rimas que se conectava com o hit do cantor, "Barrados no Baile".
Nas versões ao vivo da canção contavam com o "Melô do Piripiri" (da canção "Je suis la femme", da cantora Gretchen), inserido antes do refrão.
Trilha da Novela Caminhos do Coração
Robocop gay foi tema do personagem gay Danilo de Cláudio Heinrich na novela "Caminhos do Coração" da Record em 2007. E Criou polêmica.
A polêmica se deu pela humorística letra da música que ridiculariza o estereótipo do gay machão, musculoso e fútil, e que vem despertando a ira de diversos grupos homossexuais.
Segundo os reclamantes, a música é politicamente incorreta e ofensiva. Já o autor da novela, Tiago Santiago, afirma ter participado da escolha da trilha.
“Ela é engraçada, divertida, como tudo o que os Mamonas faziam, mas não é homofóbica nem preconceituosa. A princípio, a música não deve mudar. Acho difícil alguém nos convencer de que ela é politicamente incorreta. É uma brincadeira. Sua presença na trilha homenageia o humor dos Mamonas.”, defendeu ele em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
É o que também defende o sociólogo Paulo Irineu Barreto. Segundo ele, diferentemente do que muitos pensam, a canção não tem um cunho preconceituoso, e deve ser entendida como uma espécie de hino pela tolerância.
"Robocop Gay é um super-herói da alteridade. Essa possibilidade, combinada com a crítica social feita pela banda, revela um aspecto, no mínimo, genial dos Mamonas, pois alude ao fato de que nem toda a tolerância é legítima, ou deve ser tolerada. Deve-se tolerar as diferenças culturais, étnicas, religiosas; por outro lado, não se deve tolerar a hipocrisia, a má fé e a injustiça social."
Letra
Robocop Gay - Mamonas Assassinas
Compositores: Dinho e Júlio Rasec
Um tanto quanto másculo
Ai, com M maiúsculo
Vejam só os meus músculos
Que com amor cultivei
Minha pistola é de plástico (quero chupar-pa-pa)
Em formato cilíndrico (quero chupar-pa)
Sempre me chamam de cínico (quero chupar)
Mas o porquê eu não sei (quero chupar-pa)
O meu bumbum era flácido
Mas esse assunto é tão místico
Devido a um ato cirúrgico
Hoje eu me transformei
O meu andar é erótico (silicone, yeah, yeah, yeah)
Com movimentos atômicos (silicone, yeah, yeah)
Sou um amante robótico (silicone, yeah)
Com direito a replay (silicone, yeah)
Um ser humano fantástico
Com poderes titânicos
Foi um moreno simpático
Por quem me apaixonei
E hoje estou tão eufórico (doce, doce, amor)
Com mil pedaços biônicos (doce, doce, amor)
Ontem eu era católico (doce, doce, amor)
Ai, hoje eu sou um gay!
Abra sua mente
Gay também é gente
Baiano fala: Oxente
E come vatapá
Você pode ser gótico
Ser punk ou skinhead
Tem gay que é Mohamed
Tentando camuflar
Alá, meu bom Alá
Faça bem a barba
Arranque seu bigode
Gaúcho também pode
Não tem que disfarçar
Faça uma plástica
Ai, entre na ginástica
Boneca cibernética
Um Robocop Gay
Um Robocop Gay
Um Robocop Gay
Ai, eu sei, eu sei
Meu Robocop Gay
Ai, como dói!
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